quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Jogada de Marketing?


Romário foi craque, desses que chamavam a responsabilidade para si e resolviam jogos duríssimos. Foi assim no Vasco da Gama, no Barcelona, no PSV, no Flamengo e, principalmente, na seleção brasileira. Seu auge foi quando vestiu a 11 amarela e faturou uma Copa do Mundo, a de 1994, nos Estados Unidos, colocando fim a um incômodo jejum de 24 anos sem copas para o Brasil. Mas o que leva Romário, aos 43 anos, retornar aos gramados pelo America do Rio e disputar a segunda divisão do campeonato carioca?

Muitas são e serão as especulações. Algumas vão resvalar em sua situação financeira, já que as últimas informações dão conta de que Romário tem dívidas com o Fisco, IPTU, IPVA e de condomínio. Outras vão simplesmente dizer que o ex-jogador estava mesmo é com saudade do gramado ou que esteja apenas realizando um desejo de seu falecido pai, seu Edevair, americano desde sempre e que sonhava em ver Romário com a 11 de seu clube de coração.

Penso diferente. Penso que esse retorno aos gramados seja mesmo uma boa jogada de marketing do Baixinho. Primeiro, porque não será o salário do America que irá resolver qualquer pendenga financeira que o atleta eventualmente tenha na sua vida pessoal. E depois, neste momento, Romário, que é também manager do clube, é maior que o America.

Não é preciso dizer que sua chegada aumenta, e muito, a exposição de imagem do clube, valoriza direitos federativos de atletas, impulsiona receitas e traz brilho a quem já teve um dia um passado glorioso. Enfim, tudo muda de figura pelos lados de Édson Passos.

Gênio na grande área e dono de um faro de gol ímpar, que lhe rendeu, segundo sua própria contabilidade, pouco mais de mil gols, o Baixinho, com esse retorno aos gramados, ensaia também um drible insinuante na maré de má sorte. Porque basta voltar a fazer gols para que os problemas extra-campo sejam jogados para escanteio e Romário volte a ser idolatrado.

Para o America, o que se avizinha é um céu de brigadeiro. Além de ter ganhado gás novo na briga pelo acesso à primeira divisão do Carioca, o clube poderá até dar início a um projeto mais ambicioso. Algo fundamental para uma agremiação que não sabe o que é estar na vitrine há um bom tempo, já que seu último grande time data de 1986, ano em que foi às semifinais do Brasileirão. De lá para cá, só beliscou um vice-campeonato na Taça Guanabara, em 2006, e só.

Oficialmente, Romário ainda não se pronunciou sobre seu retorno. Apenas o clube se prontificou a emitir um comunicado, afirmando que o jogador deu mais uma alegria à família americana. Como canja de galinha e precaução nunca fizeram mal a ninguém, convém evitar euforia! Afinal, estamos falando de Romário.
Por Maurício Capela

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